Entre os dias 27 e 29 de novembro, o Anfiteatro de Hotelaria e Turismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) recebeu a III Jornada de Direitos Humanos em ILPIs (Instituições de Longa Permanência para Idosos) e o II Encontro de Ética e Gerontologia Social Crítica. Promovido pelo Centro de Desenvolvimento e Cidadania (CDC), por meio do Programa de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa (PPDPI), o evento teve como correalizadores o Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Ética (GEPE/PE) e a Comissão Temática sobre Envelhecimento e Trabalho do CRESS-PE (CTET/CRESS-PE).
A iniciativa reuniu profissionais, pesquisadores e pessoas idosas em uma programação rica e diversificada, incluindo palestras, debates, atrações culturais, interações intergeracionais e exposições artísticas. O destaque foi para a exibição de materiais pedagógicos produzidos por residentes de ILPIs nas Oficinas Viver a Vida, conduzidas pelo PPDPI.
Debates e trocas de experiências que transformam
No dia 28, um dos momentos mais significativos foi a Mesa 04, conduzida pela equipe técnica do PPDPI. A mesa destacou o impacto das oficinas intergeracionais Viver a Vida, realizadas entre a Escola Municipal Pro Menor e a ILPI Batista Para Ancião. Essa experiência, representada por Betânia , assessor da gestão da ILPI, exemplificou como essas interações podem promover o respeito e a empatia entre gerações.
Outro ponto alto foi a apresentação da iniciativa EJA 60+ na Casa dos Pobres São Francisco de Assis, em Caruaru. Representada por Damares Tanaka, do Conselho Municipal da Pessoa Idosa, a experiência mostrou como a educação pode ressignificar o envelhecimento, promovendo autonomia e aprendizado contínuo. Além de garantir o direito à educação negado na infância e juventude dessas pessoas.
Relatos que emocionam
Durante a tarde, educadoras do PPDPI compartilharam relatos sobre o impacto das oficinas. Alexandra Nurhan, uma das educadoras, enfatizou:
“Trabalhar nesses espaços envolve experiências de vida e transformação. É inevitável não se modificar. Cada encontro é uma troca de sabedoria, afeto e escuta que nos permite enxergar a pessoa idosa como um ser pulsante, com histórias e memórias que nos ensinam a cada dia.”
A Coordenadora Pedagógica do PPDPI, Juliene Tenório, também destacou a importância de dar visibilidade às ações nas ILPIs:
“Essas iniciativas geram discussões fundamentais com conselhos, o Ministério Público e outras instituições, promovendo formações e diálogos que fortalecem os direitos das pessoas idosas.”
Um dos depoimentos mais marcantes foi o de Severino Sabino, de 65 anos, residente na Casa de Acolhimento Porto Seguro:
“Estou na instituição há três anos, e o cuidado que recebemos faz toda a diferença no nosso bem-estar. As oficinas são uma verdadeira terapia, sempre espero pelas quintas-feiras com ansiedade.”
A relevância da temática
O envelhecimento humano é um dos maiores desafios do século XXI. Segundo dados do IBGE, o Brasil terá mais de 65 milhões de pessoas idosas até 2060. Eventos como a Jornada de Direitos Humanos em ILPIs são cruciais para discutir políticas públicas e práticas que garantam qualidade de vida, respeito e dignidade a essa população.
Com momentos de aprendizado, reflexão e celebração, a III Jornada reforçou a necessidade de construir uma sociedade que valorize o envelhecimento como uma fase rica em experiências e possibilidades.
Sobre o projeto
O projeto “Longevidade: Articulação e Promoção do Envelhecimento Ativo nas ILPIs de Recife” é realizado pelo Centro de Desenvolvimento e Cidadania (CDC) em parceria com o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa do Recife (COMDIR) e as empresas: BASF, Cielo, Localiza, Rede D’or, Usiminas, Atacadão, Sodexo, Aché Laboratórios, Itaú e Globo. A iniciativa integra o Programa de Promoção dos Direitos da Pessoa Idosa (PPDPI), desenvolvido através do Fundo da Pessoa Idosa.
Assista ao vídeo completo:
Comments